Júlia Carvalho
domingo, 8 de novembro de 2015
te contei ?
Famosos fazem vídeo defendendo aborto e liberdade da mulher após polêmica na web
O aborto é um tema polêmico e sempre gera muitas discussões entre os que são favoráveis ou não à sua descriminalização. Um exemplo recente envolveu o filme Olmo e a Gaivota, que levanta a questão ao falar de uma atriz que descobre a gravidez enquanto está se preparando para fazer uma peça de teatro e se depara com um problema inesperado na gestação. Na página do filme no Facebook, muitas pessoas contrárias ao aborto publicaram mensagens de ódio e ofensas.
A polêmica na rede social levou vários famosos a se mobilizarem em uma campanha chamada “Meu Corpo, Minhas Regras”. Atores e atrizes como Bárbara Paz, Julia Lemmertz, Alexandre Borges, Bruna Linzmeyer e vários outros gravaram um vídeo que faz uma crítica à pequena participação de mulheres nos filmes e à forma como são retratadas, além das pressões que a própria sociedade impõe às que não têm filhos, como se fossem fracassadas. Questionam, ainda, os muitos motivos que podem levar uma mulher a tomar a decisão de fazer aborto.
“Nos filmes, apenas 30% das mulheres falam. E, quando falam, falam sobre homens ou com homens. Não têm nome, não têm crise, não têm história. De repente surge um filho e ai de você se reclamar. Pra fazer foi fácil, não foi?”, diz parte do texto interpretado pelos atores, que aparecem usando o mesmo figurino da protagonista do filme – um vestido vermelho de bolinhas brancas, uma peruca azul e barriga de grávida. No fim, eles afirmam que “toda mulher é dona do seu corpo e faz com ele o que quiser”. Assista ao vídeo completo.
Fonte: Bolsa de Mulher
sexta-feira, 6 de novembro de 2015
Política
De onde vem o dinheiro para uma campanha política?
quinta-feira, 5 de novembro de 2015
Ética e Cidadania
Mundo
Ciências
Quanta informação o cérebro pode armazenar?
Cultura
OPINIÃO:
Educação
Os educadores têm formação especial para adequar suas aulas ao hospital. Ao todo são 64 classes hospitalares e 700 atendimentos mensais.
O Instituto de Infectologia Emílio Ribas, em São Paulo, onde Isabelly está internada, é um dos hospitais que oferece aulas no ambiente hospitalar. “Eu achei ótimo este incentivo que o hospital deu, ela está adorando”, afirma a mãe.
É o caso de Isabelly. Ela se feriu com um prego no último dia de suas férias. Foi internada no dia 6 de fevereiro e ainda não tem previsão de alta. Por causa do acidente e da internação, a menina ainda não foi em nenhuma aula do terceiro ano do ensino fundamental, da Escola Municipal Vila Nova Cachoeirinha, em São Paulo.
Para que a escola tenha acesso ao que foi trabalhado no hospital, as educadoras fazem um relatório e anexam a ele as atividades feitas no período da internação e entregam aos pais, quando os filhos recebem alta médica, e eles devem encaminhá-lo para a escola do paciente. Assim, as faltas nas aulas da escola são abonadas.
Saúde e bem estar
“A anorexia quase me matou”, diz australiana que pesou 30 kg para ficar parecida com Miranda Kerr
sábado, 19 de setembro de 2015
Ciências
Cientistas vão estudar vírus que protege contra aids
Há mais de uma década, cientistas descobriram que um vírus chamado GBVC tem a misteriosa capacidade de reduzir a progressão da aids em indivíduos com HIV. Agora, um grupo de cientistas, com participação brasileira, desenvolveu um modelo em macacos que permitirá estudar a infecção pelo GBVC e desvendar qual é a estratégia do vírus para impedir o desenvolvimento da aids. O estudo foi publicado na quarta-feira (16) na revista Science Translational Medicine.
Em 2009, uma equipe liderada por Esper Kallás, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), descobriu que há uma sinergia na interação entre os vírus GBVC e HIV. "É algo inusitado. O GBVC reduz a inflamação causada pela infecção do HIV. Ele funciona como uma espécie de vírus protetor", disse Kallás à reportagem.
No estudo atual, feito pelo grupo de Kallás em parceria com cientistas da Universidade de Wisconsin (EUA), os pesquisadores conseguiram desenvolver pela primeira vez um modelo que simula, em macacos, a infecção pelo GBVC.
"Com o novo modelo, vamos poder estudar a infecção em experimentos e entender exatamente o processo de proteção usado pelo GBVC. Depois vamos investigar se esse processo pode resultar em novas terapias para a aids".
Além da proteção contra a aids, o GBVC tem outras características incomuns: ao contrário de outros vírus, ele não causa doenças, nem é eliminado do corpo do hospedeiro. Embora ele seja bastante comum - ocorre em até 8% da população mundial em geral e em até 25% das pessoas com HIV - pela falta de um modelo que permita estudar sua infecção em animais, ainda não se sabe como ele faz para impedir a progressão da aids.
Segundo Kallás, a descoberta do GBVC está associada a pesquisas sobre os vírus causadores da hepatite. Nas décadas de 80 e 90, muitos cientistas estudaram as causas das hepatites que não são provocadas pelos vírus A e B.
"No fim da década de 80 foi descrito o vírus da hepatite C. A partir daí, foram descobertos os vírus da hepatite Delta e hepatite E. Mais tarde, descobriram o que se pensava inicialmente ser o vírus da hepatite G. Mas este último vírus, muito frequente, não estava ligado à hepatite: era o GBVC", explicou Kallas.
Quando os cientistas ainda estavam estudando se o novo vírus tinha relação com a hepatite, examinaram registros sobre pacientes com aids para descobrir se ele interferia na progressão da doença.
Inesperado
"Foi no início da década de 2000 que alguns estudos mostraram algo totalmente inesperado: a presença do GBVC não acelerava a progressão da aids - ao contrário, diminuía seu ritmo. Foi surpreendente descobrir um vírus que poderia ter um efeito benéfico de proteção do hospedeiro de outro vírus", disse o pesquisador.
A partir daí, tiveram início diversos estudos para descobrir como o GBVC protegia portadores de HIV. Diversas hipóteses foram levantadas, como uma competição entre os dois vírus, ou uma capacidade de bloqueio da infecção por HIV. Até que o grupo da USP conseguiu determinar pela primeira vez que o GBVC reduz a inflamação no organismo do hospedeiro. "É como se ele tivesse um efeito anti-inflamatório específico para as células mais inflamadas pela infecção do HIV. Publicamos um artigo em 2009 revelando esse mecanismo", declarou.
Mais tarde, um grupo de cientistas da Califórnia, nos Estados Unidos, estudando dados de pessoas que tinham aids antes do desenvolvimento dos coquetéis, tiveram uma redução de 50% na infecção pelo HIV quando recebiam doações de sangue de pessoas infectadas com o GBVC.
Depois dessas descobertas, Kallás começou a trabalhar com um colega da Universidade de Wisconsin, David O'Connor, que liderava um projeto de pesquisa em busca de vírus emergentes em Uganda, na África.
Dispondo de técnicas de biologia molecular bastante sofisticadas, O'Connor coletou amostras de macacos selvagens em busca de novos vírus.
"Em seus ensaios de prospecção de novos vírus, ele descobriu que o vírus SIV - equivalente ao HIV em macacos - era relativamente frequente. E encontrou também com grande frequência os GBVC. Foi a partir daí que pensamos em estudar a concomitância desses dois vírus em macacos", explicou Kallas.
Quando O'Connor analisou os dados dos macacos que tinham GBVC, descobriu que todos estavam infectados por SIV. "Parecia que os dois vírus agiam juntos. Começamos então a trabalhar em um modelo de macacos para responder como o GBVC é capaz de proteger o hospedeiro.
Os cientistas montaram então um modelo para infectar macacos em laboratório com o GBVC, algo que ainda não havia sido feito. "Além de descrever como a infecção aguda acontece, esse modelo sedimenta o que precisamos saber para fazer estudos experimentais para a infecção de SIV e GBVC nos macacos. Com isso esperamos entender com precisão os processos de proteção", disse.
Com um financiamento obtido junto ao governo dos Estados Unidos, os cientistas prosseguirão agora os estudos. O grupo de Wisconsin fará as observações em animais, enquanto o grupo de São Paulo reproduzirá os estudos nas amostras de sangue de pessoas que vivem com HIV, sabendo que uma em cada quatro delas estão infectadas também com o GBVC.
"Unindo os dados experimentais e clínicos, esperamos responder várias perguntas. Onde esses vírus se distribuem no organismo das pessoas? Se a infecção por GBVC vier antes ou depois da infecção por HIV o efeito é diferente? Será que esse efeito pode resultar em uma terapia que envolva injetar o GBVC em pacientes para reduzir a progressão da aids?."
OPINIÃO:
Acho muito importante essa notícia, pois sou consciente da grande parcela da sociedade que morre por essa doença devastadora, que não tem cura (até agora). Uma oportunidade de usar um tipo específico de vírus em tratamentos de aids deve ter toda a atenção e reconhecimento possíveis, para que possamos, algum dia, ter finalmente uma cura pra essa doença que acaba com a vida de muitas pessoas.
Saúde e Bem estar
Um estudo realizado na China identificou uma possível maneira de conter o desenvolvimento de miopia em crianças.
Em pesquisa feita com 12 escolas chinesas, o resultado apontou que pelo menos 40 minutos por dia de brincadeiras ao ar livre trazem benefícios à visão de meninos e meninas.
Mingguang He e outros pesquisadores pediram a seis escolas que levassem os alunos para brincar fora todos os dias; como grupo de controle, as outras seis mantiveram a rotina de estudos dentro da sala de aula.
Os pais também foram estimulados a incentivar brincadeiras ao ar livre aos finais de semana – nesse ponto, os dois grupos se igualaram.
Depois de três anos, eles passaram a fazer testes com as crianças para identificar se havia sinais de miopia. No inicio do experimento, menos de 2% de cada grupo tinha o problema.
Entre as crianças das escolas que aplicaram a estratégia de brincar ao ar livre, 30% desenvolveram algum grau miopia (259 de 853 crianças). Já entre aquelas que ficaram nas salas de aula, 40% desenvolveram o problema (287 de 726 crianças) – a pesquisa só considerou 'miopia' os exames que apontavam pelo menos 0,5 grau.
A diferença não é grande, mas é significativa, dizem os pesquisadores. E ela se mantém mesmo quando se leva outros fatores em consideração, como o histórico familiar de miopia.
O estudo sugere que as crianças precisam equilibrar atividades realizadas mais de perto, em lugares fechados, como ler, com atividades que usam a visão à distância.
Conclusões
"Isso é importante clinicamente porque crianças que desenvolvem miopia cedo têm mais chances de que o problema avance com o tempo, o que também aumenta o risco de elas desenvolverem a miopia patológica", disseram os pesquisadores na publicação científica Jama.
"Além disso, um atraso no desenvolvimento de miopia em crianças pequenas, que tendem a ter uma maior taxa de progressão, poderia proporcionar benefícios gigantescos para a saúde dos olhos a longo prazo."
Na publicação, Michael Repka, da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, afirma que mais estudos são necessários para confirmar e compreender as conclusões dessa pesquisa.
Segundo ele, os resultados do estudo podem significar que mais tempo ao ar livre limita a quantidade de tempo gasta em atividades realizadas mais de perto, em locais fechados; ou que estar mais exposto à luz do sol ajuda a desenvolver melhor as funções dos olhos.
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde divulgados no ano passado, o número de pessoas com miopia todo dobrou nos últimos anos no mundo. O problema costuma estar bastante ligado ao uso do computador ou de outros itens tecnológicos – como tablet, celular, etc – por muitas horas durante o dia.
No Brasil, um estudo realizados pelo CBO (Conselho Brasileiro de Oftalmologia) em 2014 com crianças entre 9 e 13 anos que utilizavam computador ou videogame por seis horas ininterruptas mostrou que 21% delas desenvolveram algum grau de miopia.
Pesquisas internacionais, como a realizada na China, tentam descobrir se já existe uma forma de diminuir o risco de desenvolvimento do problema mudando hábitos das pessoas, principalmente na infância.
OPINIÃO:
Antigamente, era muito mais comum ver crianças brincando na rua de pique, ou num gramado brincando de futebol ou andando de bicicleta em praças. Hoje em dia, a população infantil é criada desde cedo com o livre acesso à internet, são acostumadas à assistir muitas horas de televisão por dia e ficar trancada em casa assistindo filmes e ouvindo musicas por smartphones. Na minha época de criança, que não julgo muito antiga pois tenho quinze anos, era muito acostumada a correr pela rua, pelas calçadas, em gramados; era comum eu voltar para casa com feridas nos joelhos causadas por tropeções quando não amarrava o cadarço. Hoje em dia, vejo as crianças com celulares, em redes sociais e se comportando como adultos, o que faz muito mal para saúde, como fiz essa matéria.
Saúde e Bem estar
Um estudo realizado na China identificou uma possível maneira de conter o desenvolvimento de miopia em crianças.
Em pesquisa feita com 12 escolas chinesas, o resultado apontou que pelo menos 40 minutos por dia de brincadeiras ao ar livre trazem benefícios à visão de meninos e meninas.
Mingguang He e outros pesquisadores pediram a seis escolas que levassem os alunos para brincar fora todos os dias; como grupo de controle, as outras seis mantiveram a rotina de estudos dentro da sala de aula.
Os pais também foram estimulados a incentivar brincadeiras ao ar livre aos finais de semana – nesse ponto, os dois grupos se igualaram.
Depois de três anos, eles passaram a fazer testes com as crianças para identificar se havia sinais de miopia. No inicio do experimento, menos de 2% de cada grupo tinha o problema.
Entre as crianças das escolas que aplicaram a estratégia de brincar ao ar livre, 30% desenvolveram algum grau miopia (259 de 853 crianças). Já entre aquelas que ficaram nas salas de aula, 40% desenvolveram o problema (287 de 726 crianças) – a pesquisa só considerou 'miopia' os exames que apontavam pelo menos 0,5 grau.
A diferença não é grande, mas é significativa, dizem os pesquisadores. E ela se mantém mesmo quando se leva outros fatores em consideração, como o histórico familiar de miopia.
O estudo sugere que as crianças precisam equilibrar atividades realizadas mais de perto, em lugares fechados, como ler, com atividades que usam a visão à distância.
Conclusões
"Isso é importante clinicamente porque crianças que desenvolvem miopia cedo têm mais chances de que o problema avance com o tempo, o que também aumenta o risco de elas desenvolverem a miopia patológica", disseram os pesquisadores na publicação científica Jama.
"Além disso, um atraso no desenvolvimento de miopia em crianças pequenas, que tendem a ter uma maior taxa de progressão, poderia proporcionar benefícios gigantescos para a saúde dos olhos a longo prazo."
Na publicação, Michael Repka, da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, afirma que mais estudos são necessários para confirmar e compreender as conclusões dessa pesquisa.
Segundo ele, os resultados do estudo podem significar que mais tempo ao ar livre limita a quantidade de tempo gasta em atividades realizadas mais de perto, em locais fechados; ou que estar mais exposto à luz do sol ajuda a desenvolver melhor as funções dos olhos.
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde divulgados no ano passado, o número de pessoas com miopia todo dobrou nos últimos anos no mundo. O problema costuma estar bastante ligado ao uso do computador ou de outros itens tecnológicos – como tablet, celular, etc – por muitas horas durante o dia.
No Brasil, um estudo realizados pelo CBO (Conselho Brasileiro de Oftalmologia) em 2014 com crianças entre 9 e 13 anos que utilizavam computador ou videogame por seis horas ininterruptas mostrou que 21% delas desenvolveram algum grau de miopia.
Pesquisas internacionais, como a realizada na China, tentam descobrir se já existe uma forma de diminuir o risco de desenvolvimento do problema mudando hábitos das pessoas, principalmente na infância.
OPINIÃO:
Antigamente, era muito mais comum ver crianças brincando na rua de pique, ou num gramado brincando de futebol ou andando de bicicleta em praças. Hoje em dia, a população infantil é criada desde cedo com o livre acesso à internet, são acostumadas à assistir muitas horas de televisão por dia e ficar trancada em casa assistindo filmes e ouvindo musicas por smartphones. Na minha época de criança, que não julgo muito antiga pois tenho quinze anos, era muito acostumada a correr pela rua, pelas calçadas, em gramados; era comum eu voltar para casa com feridas nos joelhos causadas por tropeções quando não amarrava o cadarço. Hoje em dia, vejo as crianças com celulares, em redes sociais e se comportando como adultos, o que faz muito mal para saúde, como fiz essa matéria.
Ética e Cidadania
Apresentadora viu preconceito racial em namoro e quer ser referência na TV
Cabelo crespo e assumindo a sua natureza. É assim que Karine Alves quebrou barreiras e hoje se tornou a única apresentadora negra nas emissoras esportivas da TV fechada. Nascida no Rio Grande do Sul, ela comanda o programa Melhor do Fox Sports com um jeito descontraído, que a acompanha na carreira desde os tempos de repórter, e entende que o jornalismo tem de mostrar as mais variadas misturas de raça no país. “Acho que precisa ter mais diversidade, loira, ruiva, morena, negra. Para mim a TV, além de informar, tem de educar e fazer parte social”, afirmou ao UOL Esporte.
A apresentadora vibra cada vez que vê jornalistas e âncoras negros na TV, que tem oportunidade de mostrar sua competência e ganham espaço ao exibir seus talentos. Diz que nunca sofreu preconceito por questão racial no trabalho. Mas, na vida pessoal, chegou a vivenciar algumas situações delicadas, inclusive até com a família de um ex-namorado. Nada que deixe feridas e mágoas na despojada jornalista. Apesar das situações ruins, Karine fala com tranquilidade sobre o tema.
“Passei por diversas situações. Quando era criança, em uma creche, percebia que os coleguinhas não aceitavam minha cor, estragavam minhas coisas, casaco, lancheira. Eles sempre falavam: ‘vamos estragar casaco da negra’. Eu não entendia, não dava bola. Um dia, minha mãe me deu uma lancheira nova e, em cinco minutos, destruíram. Passei a tarde chorando, minha mãe percebeu e conversou com a professora e perceberam que não me aceitavam pela cor. Ela conversou comigo e disse que ia me mudar de escola por implicar com a cor da minha pele”, disse.
“Depois, foi quando tive um namorado. Quando a família descobriu que a gente estava namorando, contamos para eles, nossa, minha vida virou inferno. Eu não entendia porque não aceitavam até que foi verbalizado: ‘ela é negra e não serve para entrar na família’. Foram dois anos assim. Eu perdoei eles e hoje converso com elas, passou um tempo, hoje eu já sirvo, mas até então não servia porque era negra”, completou.
Hoje, com a carreira já consolidada, Karine quer ser justamente o que não teve quando era mais nova, uma referência de negra na televisão sem precisar alisar cabelo. “Quando eu procurei ser jornalista, sempre busquei na televisão referências, mas a única que eu tinha de repórter despojada era a Gloria Maria. Mas eu não me reconhecia nela, olhava cabelo e via um cabelo alisado, me via apenas na questão de como ela conseguiu chegar. Hoje, cada vez que vejo uma pessoa, não só por ser negro, mas nessa condição em que muitos não chegam, eu vibro sim, vibro vendo isso”, afirma. Ela faz questão de assumir sua natureza.
“Sempre me viram assim, uma pessoa que assume o cabelo crespo, assume a natureza. No jornalismo geral da TV, você não encontra muitas negras como âncoras, que assumem como são, o cabelo, a raiz. Acho que o cabelo fala muito, eu sempre mantive essa postura. Eu sou essa pessoa, tenho esse cabelo, esse corpo. Se me querem, é assim e sempre fui muito respeitada. Na própria Fox, que trabalha a imagem, sempre tivemos um consenso bacana, nunca pediram para mudar o cabelo”, falou.
Antes de ser apresentadora do Fox Sports, local em que também fez a função de jornalista, Karine teve uma passagem pela afiliada gaúcha da Globo. Seu começo na TV foi influenciado por sua paixão pela música.
“Antigamente, eu cantava bastante, me apresentava em formatura e casamento. Minha primeira chefe disse que se encantou com a voz, desde ali a música me impulsionou para a carreira”, disse.
No comando do programa do Fox Sports, Karine mostra um estilo descontraído que tem acompanhado sua rotina desde quando trabalhava Globo. E é justamente esse jeito que faz com que a apresentadora faça tanto sucesso e fez com que ela chegasse até aqui.
“Fiz um teste de vídeo (no Fox) e eles queriam um repórter despojado, que mostrasse a informalidade e fosse alegre. Eu gostava da ideia e do canal. Me mudei do Sul para o RJ em uma semana, não tinha apartamento nem nada”, afirmou.
“Depois surgiu a proposta para apresentar o programa pela informalidade e vim para São Paulo assumindo o Melhor do Fox Sports com a Livia e o Ricardo Martins. Desde então, já cobri seleção, Copa do Mundo”, finalizou.
Leandro Carneiro
Do UOL, em São Paulo
OPINIÃO:
Gosto bastante de abordar assuntos relacionados à discriminação e ao preconceito nessa matéria. Me pergunto, como no século XX, ainda existe racismo? É, e vai continuar sendo pra sempre, ridículo esse tipo de discriminação. Como pode haver exclusão pela raça? Pela cor da pele? Acho que as vezes os preconceituosos acham que os negros não são gente, entretanto, eles morrem igual à nós, eles choram quando algum preconceituoso cruza seu caminho e os ofende, ele sofre quando pessoas olham pra eles com olhares cruzados, estranhos e de desconfiança, eles se chateiam quando possuem excelentes currículos mas as secretárias vivem dizendo que não se encaixam no padrão da empresa. Devemos lutar contra esse absurdo que é a descriminação racial, e mostrar ao mundo, que igualmente à essa jornalista e apresentadora, a raça negra tem todo o direito do mundo de ser cidadão igual aos brancos. Negro também é gente!