O
câncer de mama é hoje uma doença presente em milhares de famílias ao redor do
mundo. Principalmente nos grandes centros urbanos, devido à concentração
populacional, o número de casos é expressivo.
Já
se sabe que o câncer de mama não é uma doença única, mas, sim, um grupo de
moléstias distintas categorizadas com o mesmo nome. A experiência também tem
mostrado que pacientes com tumores muito iguais no tamanho e na microscopia
podem evoluir com prognósticos diferentes. No passado, nós nos surpreendíamos
com o fato de que algumas pacientes com tumores volumosos apresentavam
sobrevida longa e até eram passíveis de cura, enquanto outras, com tumores
minúsculos, logo evoluíam para disseminação da doença e morriam. A grande
interrogação que se impunha naquele momento era o que determinava tamanha
diferença.
Atualmente,
a classificação usada para avaliar o risco de recidiva dos tumores baseia-se em
parâmetros morfométricos (tamanho do tumor, presença ou não de comprometimento
por neoplasia das ínguas axilares, formato das células, entre outros). Apesar
de útil, essa classificação não é muito precisa, pois admite inúmeras
variáveis. Diante dessa constatação, os pesquisadores se voltaram para
encontrar um método de avaliação que determinasse com mais segurança o risco de
recidivas. A resposta que encontraram parece estar ligada ao genoma celular.
Com base no maior conhecimento das estruturas intra e extracelulares e de suas
funções, descobriram que certos receptores denominados oncogenes desencadeiam
ou inibem a multiplicação de uma célula com defeitos específicos para cânceres.
Esses receptores, que podem ser hormonais, fatores de crescimento, citocinas ou
neurotransmissores, estão presentes na superfície ou no interior das células e
estimulam, por vias especificas, os núcleos e as células alteradas a se
multiplicarem desenfreadamente formando um tumor. Sob tais condições, as
células tumorais perdem a capacidade de envelhecer e morrer, ou seja, a
capacidade de apoptose (morte celular programada). Só quando conseguimos
controlar esses receptores, modulando-os, podemos devolver às células a
capacidade de envelhecer e destruir o tumor.
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Os
medicamentos usados com tal propósito são chamados de “drogas alvo”, Outra de
suas vantagens é que apresentam efeitos adversos menores que os da
quimioterapia convencional (queda de cabelo, anemia, infecções e outros). Quem
determina as variáveis de receptores de ativação ou inibição é o DNA celular
(expressão gênica tumoral).
Após
a decodificação do código genético humano, foi possível criar perfis gênicos
que oferecem um diagnóstico molecular para o câncer de mama. O mais conhecido e
utilizado é o Oncotype DX. Esse exame molecular avalia 21 genes relacionados
com o crescimento e disseminação do câncer de mama. Atualmente, ele é utilizado
em pacientes que apresentam tumores com receptores de estrógeno positivos, para
prognosticar o risco de recidiva e a necessidade ou não de adicionar um
tratamento quimioterápico. Quando o Oncotype DX revela que o tumor possui risco
baixo de voltar, a quimioterapia poderá deixar de ser realizada.
Em
mais de 35% dos casos, o resultado desse teste permite alterar a conduta médica
previamente estabelecida, uma vez que oferece elementos para determinar se uma
paciente portadora de câncer de mama in situ precisará ou não de
radioterapia após a cirurgia.
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Outros
genes estão sendo testados e avaliados para predizerem respostas a determinados
medicamentos para o câncer de mama, por exemplo, a resposta a taxanos e ao
trastuzumab. Para outros tumores também já existem testes para avaliar genes
“mutados” ou não, que podem antecipar se haverá resposta a um medicamento
especifico.
Estamos
no inicio de uma nova época na historia da medicina. Isso nos autoriza dizer
que, em futuro breve, baseados no estudo do genoma de cada indivíduo, estaremos
tratando pacientes com medicações feitas especificamente para ele.
http://drauziovarella.com.br/mulher-2/nova-forma-de-diagnosticar-o-cancer-de-mama/ Opinião: É muito importante que o câncer de mama possa ser cada vez mas pesquisado para que essa doença não possa matar varias mulheres. Um exemplo da luta contra essa doença é a Angelina Jolie que tirou os seios para diminuir a chance de contrair o câncer de mama.