quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Ciências

O poder das feiras de ciências

    Participar de feiras de ciências pode ser muito divertido e recompensador. Ao elaborar projetos, o aluno descobre que é capaz de usar a criatividade para resolver diversos tipos de problemas da sociedade. Além disso, torna-se conhecido por empresas, universidades e profissionais da ciência que avaliam seu potencial. No futuro, o investimento pode gerar bolsas de estudo e até oportunidades de emprego.
   Feiras de nível nacional, como a Febrace, em São Paulo, a Mostratec, no Rio Grande do Sul, e a Expo Milset Brasil, em Fortaleza, podem render até viagens internacionais, como descobriu Raíssa Müller, 19 anos, de Novo Hamburgo, Rio Grande do Sul. “A ciência me proporcionou conhecer Istambul, Paris e Londres, na Europa, e a Flórida, Texas e Califórnia, nos Estados Unidos. Os melhores momentos da minha vida aconteceram em feiras. Hoje, tenho amigos de todos os lugares do mundo.”
    A estudante e o companheiro Gabriel Chiomemto Damotta, 19, de Sapucaia do Sul, Rio Grande do Sul, participaram de eventos locais, nacionais e internacionais. Neste ano, também estiveram na feira on-line Google Science Fair, em que ganharam o prêmio local . “Esse tipo de evento ensina muito. Nos faz crescer, aprender a seguir prazos, regras e falar com desenvoltura durante apresentações. Também traz oportunidades de viajar e conhecer outras culturas”, afirma Gabriel.
    O projeto vencedor, chamado Membrana de Absorção Seletiva, trata-se de material capaz de conter vazamentos de óleos, como o petróleo. É produzida com criptomelano, mineral capaz de absorver até 22 vezes seu próprio volume. Os líquidos são recuperados quase 100%.
“Foi muito trabalhoso, passamos horas nos laboratórios, até em feriados”, lembra Raíssa, que não se arrepende. “Participar de uma pesquisa traz muito conhecimento, além de contatos em universidades e profissionais que podem ajudar no futuro. Você se insere em um mundo do qual nunca mais quer sair.”
   No entanto, diversos obstáculos impedem o jovem de se arriscar nessa área. A divulgação das atividades ainda não é suficiente, há pouco incentivo das escolas e existe sentimento de incapacidade por parte do jovem. “Na Educação Fundamental, o aluno tem a criatividade sufocada, isso é terrível para a ciência”, diz Roseli de Deus Lopes, coordenadora geral da Febrace, que defende o modelo de feira investigativa. “O estudante tem de perceber que é criativo e que o mais importante não é chegar a um resultado científico já consolidado. Ao se apropriar da linguagem científica, aprenderá a questionar. Quem sabe fazer boas perguntas não tem limites.”
Segundo Marcelo Knobel, professor do Instituto de Física da Unicamp, esse tipo de programa é interessante porque o jovem põe a mão na massa. “É iniciação à ciência muito motivadora. É na juventude que desperta o interesse por diferentes áreas do conhecimento. Ajuda na escolha da carreira e a decidir a melhor maneira de continuar os estudos.”
  COMO PARTICIPAR - O primeiro passo é identificar um problema na região que você possa resolver da melhor maneira. Em seguida, procure um professor que aceite ser seu orientador. Se não encontrar alguém na escola, busque em universidades. Depois, não deixe de pesquisar e ler bastante.
Tem de saber que o processo não é fácil. “Só não pode desistir”, diz Gabriel, que não estava muito confiante na primeira feira. “Vi projetos muito bons e achei que o nosso não seria tão legal. Por fim, ganhamos o prêmio.” Raíssa lembra que vale a pena confiar em si mesmo. “O jovem brasileiro não sabe que existe a possibilidade de fazer pesquisa e de viajar o mundo com sua ideia”.

ovem cria associação de incentivo à pesquisa
Heitor Santos, 19 anos, de Recife, tinha 12 quando participou da primeira feira de ciências. Depois, não parou mais. Foi para o Maranhão, São Paulo, Rio Grande do Sul, Califórnia e já acumulou 18 prêmios. Hoje, cursa Ciência Política no Swarthmore College, na Pensilvânia, Estados Unidos.
“O número de pessoas que estuda no Exterior está crescendo. Fazer pesquisa abre os horizontes”, afirma o aluno que sonha trabalhar na ONU (Organização das Nações Unidas), na Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) ou no Banco Mundial.
Em 2011, Heitor foi selecionado pelo Conselho Britânico para participar do Global Changemakers, em Londres, que reúne jovens ativistas para trabalhar em projetos que impactam a vida dos moradores de suas comunidades. Com o dinheiro que ganhou, fundou a Abric – Associação Brasileira de Incentivo à Ciência (www.incentivoaciencia.com.br). “É normal encontrar participantes das feiras que cresceram em escolas particulares de referência. Queremos que outras pessoas também tenham acesso à experiência.”
Hoje, a associação tem apoiadores, voluntários e parceria com o Ministério da Ciência e Tecnologia. “Há coordenadores em diferentes regiões do Brasil incentivando a participação em feiras antes da universidade”, diz Heitor, que sonha compartilhar com outros jovens os benefícios da ciência. “Essas experiências mudaram a minha vida.”

OPINIÃO: Acho muitos importante essas feras, porque elas ajudam o conhecimento do aluno e mostram coisas que você não conhecia e nem o aluno.

https://www.dgabc.com.br/Noticia/785004/o-poder-das-feiras-de-ciencias?referencia=relacionadas-detalhe-noticia

 

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