Fumantes acreditam que alguns cigarros não fazem mal à saúde, diz estudo
Os fumantes ainda subestimam os males do cigarro para a saúde, mesmo após décadas de pesquisas e campanhas sobre o impacto negativo do fumo. A revelação é de uma pesquisa realizada na França, que descobriu que um terço dos fumantes considera que o consumo de até 10 cigarros por dia não aumenta a probabilidade de ter câncer de pulmão e apenas metade acredita que seu risco de desenvolver a doença está acima da média da população. O anúncio foi feito nesta sexta-feira, durante a Conferência Europeia de Câncer de Pulmão (ELCC, na sigla em inglês), na Suíça.
De acordo com os especialistas, esses resultados refletem uma situação comum internacionalmente.
"Fumantes frequentemente tendem a subestimar os riscos do cigarro e isso faz pensar que a 'negação' ainda é predominante. Isso mostra a prevalência da falta de conhecimento, o que é espantoso e lamentável após anos de luta e campanhas de conscientização contra o tabaco", afirma Carolyn Dresler, membro da Associação Internacional para o Estudo do Câncer de Pulmão (IASLC, na sigla em inglês).
Falta de conhecimento - A equipe de pesquisadores analisou dados de uma pesquisa realizada com 1 602 franceses, entre 40 e 75 anos. Destes, 1 463 não tinham histórico de câncer, embora 481 fossem ex-fumantes e 330 fumantes, com uma média de 14,2 cigarros por dia. Os resultados também mostraram que menos de 40% das pessoas estavam cientes de que o risco de desenvolver a doença nunca desaparece - mesmo após parar de fumar - e apenas metade dos entrevistados afirmou não há fumo seguro. "Essas descobertas são impressionantes e alarmantes, pois sugerem que muitas pessoas consideram 'seguro' fumar poucos cigarros por dia", disse médico Laurent Greillier, principal autor do estudo.
Para ele, os fumantes sabem que fumar é um fator de risco para o desenvolvimento de diversos tipos de câncer, principalmente o de pulmão. "O problema é que eles consideram que estes riscos não estão relacionados a elas, mas somente a outras pessoas", diz.
Cigarro eletrônico entre jovens - O efeito dessa "negação" pode ser ainda mais danosa entre os jovens. Um relatório publicado quinta-feira nos Estados Unidos também mostra outro dado preocupante: em um ano, o uso de cigarro eletrônico triplicou entre estudantes do ensino fundamental e médio no país. O uso de narguilé também dobrou em estudantes dessa faixa etária e formas tradicionais de fumo como cigarros e charutos diminuíram.
O levantamento realizado pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês) concluiu que o uso de cigarro eletrônico por alunos do ensino médio aumentou de 4,5% em 2013 para 13,4% em 2014, ou seja, passou de 660.000 estudantes para 2 milhões. Já entre os alunos do ensino fundamental (1º ao 9º ano), o uso aumentou de 1,1% para 3,9% no mesmo período.
A proposta do cigarro eletrônico é oferecer nicotina sem expor o indivíduo aos prejuízos da queima do fumo (e das substâncias cancerígenas derivadas do tabaco). Enquanto alguns estudos sugerem que o dispositivo pode ajudar o fumante a largar o vício, outros não apontaram benefício algum e mostraram que o cigarro eletrônico pode ser tão maléfico quanto o comum.
Nos Estados Unidos o produto ainda não está aprovado pela Food and Drug Administration, órgão regulador americano, mas o comércio não é proibido. No Brasil a comercialização de cigarros eletrônicos é proibida, pois ele ainda não foi aprovado dela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Segundo as autoridades ainda não existem estudos que comprovem seus efeitos em longo prazo, por isso a demora na aprovação pelas agências.
As autoridades ressaltam que independente da forma como é consumida, a nicotina é perigosa para crianças e jovens de qualquer idade. A exposição do cérebro à substância pode causar danos permanentes no desenvolvimento cerebral e levar ao vício.
Maneiras de parar de fumar
2- Parar gradualmente (grau de dependência alto)A nicotina estimula a produção de dopamina, um neurotransmissor associado à sensação de prazer. Por isso, um dos sintomas da abstinência é o mau humor. Diminuir gradativamente o fumo ajuda a minimizar o sofrimento. "A pessoa deve se planejar para abandonar o vício completamente em quatro semanas", diz Jaqueline Issa. A recomendação é reduzir o número de cigarros em 25 a 30% a cada sete dias. Se a pessoa está acostumada a fumar vinte cigarros por dia, deve diminuir para quinze na primeira semana, dez na segunda e cinco na terceira, até parar na quarta.
3- Parar de uma só vez (graus de dependência leve e moderado)
A interrupção abrupta é a mais utilizada por quem decide abandonar o vício por conta própria, sem acompanhamento médico. "A pessoa geralmente para de uma vez ao descobrir ter uma doença ou, se for mulher, estar grávida", diz Jaqueline Issa. Nesse método, a manifestação dos sintomas de abstinência costuma ser maior do que em quem larga o cigarro gradualmente. Por isso, as chances de sucesso da parada abrupta são maiores nos fumantes com nível de dependência leve ou moderado.
4- Distrair-se
5- Evitar álcool e cafeínaIngerir álcool desencadeia uma série de processos químicos que aumentam a vontade de fumar. "Se a pessoa sente desejo de fumar ao ver outros fumantes, é melhor evitar o álcool e as áreas abertas de bares e restaurantes, onde o cigarro é permitido”, diz Jaqueline Issa. O mesmo acontece com o café: durante o tratamento, é recomendável trocar a bebida pura pela versão com leite, e diminuir a quantidade. "Eu costumo sugerir, no máximo, quatro xícaras de café com leite por dia", diz jaqueline.
6- Exercitar-seA prática de atividade física, além de liberar os mesmos neurotransmissores associados à sensação de bem-estar que a nicotina, é associada a um estilo de vida saudável. "Nos momentos em que uma pessoa tem vontade de fumar, ela pode fazer uma caminhada, por exemplo, que vai se sentir melhor sem o cigarro. Claro que não é viável se exercitar o dia inteiro, mas manter uma frequência diária já ajuda", diz José Roberto Jardim, coordenador do Núcleo de Prevenção e Cessação do Tabagismo da Unifesp.
7- Listar os motivos que justificam a decisão"Mais do que querer e ter força de vontade, encontrar uma razão para deixar de fumar é essencial", diz José Roberto Jardim. Essas razões podem incluir, por exemplo, evitar uma doença grave, poupar dinheiro ou dar exemplo para o filho. Listar os motivos mais significativos ajuda nos momentos em que resistir ao cigarro parece impossível. "A pessoa pode escrever essa lista, guardar em algum lugar e consultar quando quiser se lembrar do motivo de ter tomado aquela decisão", diz Jaqueline Issa.
8- Contar com o apoio dos familiares e amigosAnunciar a decisão de parar de fumar para as pessoas próximas costuma ajudar. Primeiro, porque reforça o compromisso consigo próprio. Segundo, pelas palavras de incentivo. "Mas as pessoas devem estar preparadas para dar apoio. Se você sabe que elas vão desestimular a decisão, é melhor não contar", diz Jaqueline Issa. "Familiares e amigos devem entender que você estará passando por um momento difícil e que, por isso, talvez fique mal humorado ou desanimado."
9- Fazer tratamento médico"Tabagismo não é um hábito, é uma doença, e precisa ser tratado como tal", diz a cardiologista Jaqueline Issa. Parar de fumar por conta própria pode ser difícil por causa dos sintomas ligados à abstinência da nicotina. O tratamento feito com medicamentos que atuam nos receptores de nicotina ou nos neurotransmissores estimulados pela substância, como a dopamina, ajuda a atenuar os sintomas. "Primeiro, tentamos o tratamento usando apenas um tipo de remédio. Se após duas ou três semanas a pessoa não melhorar e os sintomas persistirem, podemos combinar duas drogas, o que geralmente garante bons resultados”, diz Jaqueline.
10- Usar adesivos ou mascar gomas de nicotinaAo contrário dos tratamentos com remédios que atuam no cérebro, para fazer uso de adesivos ou gomas com nicotina não é necessário acompanhamento médico – basta seguir as instruções da bula. Esse tipo de produto oferece ao usuário uma pequena dose de nicotina, que ajuda a impedir as crises de abstinência. Os adesivos e gomas de nicotina só são recomendados para aqueles que fumam menos de vinte cigarros por dia: caso contrário, seria preciso usar uma quantidade muito grande do produto para surtir efeito, além do gasto financeiro também ser alto.
OPINIÃO: É sempre importante ficar por dentro dos ricos que trazem o hábito de fumar, gostei dessa matéria, pôs fala dos ricos e ainda dá dicas pra você que quer parar de fumar.
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